PRETO NO BRANCO #44
I – Mais do mesmo...
II – Estas parcas linhas poderiam ser reproduzidas fazendo “copy paste” do que escrevemos relativamente ao derradeiro jogo frente ao Boavista.
III – Na verdade, como pontos de semelhança a equipa voltou a entrar mal no jogo, a sofrer um golo algo consentido e a descontrolar-se na primeira metade. Melhoraria na segunda para empatar a contenda, para, de modo inesperado, sofrer a machadada final, quando se esperava que pudesse ser feliz... se não foi a versão dois do filme visto no Bessa, andou lá perto!
IV – Porém, os intervenientes da sequela foram diferentes, fruto da razia de castigo e lesões que varreram a equipa treinada por Moreno. Assim, a defesa foi constituída por Tounkara, pelo estreante Manu, com Dani novamente a recuar para líbero. No meio campo, André André e Tiago Silva assumiam as despesas do jogo, com Rúben Lameiras e Jota a darem apoio a Safira na frente de ataque.
V – Não foi fácil a entrada em jogo do conjunto orientado por Moreno. Aliás, o primeiro quarto de hora foi de pesadelo, com o Famalicão a colocar uma bola na barra na baliza de Celton Biai e a adiantar-se no marcador. O Vitória era uma equipa insegura, sem capacidade de conter o adversário, ainda que procurasse, também, criar lances de perigo.
VI – Até que surgem dez minutos em que o jogo deu uma volta de 360º. Sim, a amplitude dada ao jogo e, por nós citada, não foi engano. Senão, atentemos: o capitão do Famalicão, Ricielli, cometeu um erro, entregando a bola a Safira que se isolou. Não hesitou, derrubando-o. Seria expulso. Porém, a verdade é que quando o Vitória poderia aproveitar a superioridade numérica, Tiago Silva, num momento de descontrolo emocional, far-se-ia expulsar, equilibrando as forças. Voltava tudo ao mesmo, depois de todas estas cambiantes.
VII – Teve, contudo, uma virtude este momento. Com 10 homens em campo, Moreno teve mesmo de desfazer o seu dogmático trio de centrais. Avançou Dani para o meio campo, permitindo-lhe jogar onde se sente como peixe na água. Na verdade, é quase criminoso desterrar um dos jogadores mais talentosos do plantel vitoriano para tarefas quase, exclusivamente, defensivas. Sem poder criar desequilíbrios. Sem poder embalar de frente para os defesas contrários. Sem poder ganhar no um contra um.
Confessamos não entender o que se viu num jogador pleno de qualidade técnica e de capacidade de passe para ser colocado como o jogador mais recuado da equipa...
VIII – Também por isso, cresceu a equipa. Empurrou o adversário para o seu último reduto. A segunda parte, por isso, foi toda vitoriana. Mickey lançado em jogo, entrou em bom nível. Por isso, não causou surpresa que, de cabeça, Dani empatasse a partida. O Vitória tinha o jogo na mão, impulsionado (como sempre!) pela fantástica moldura humana que sempre o acompanha!
IX – Porém, estávamos em vias de assistir a uma sequela de um filme estreado na passada semana. Na única vez que o Famalicão conseguiu chegar ao último reduto vitoriano, daria o golpe de misericórdia.
Moreno tentaria reverter a situação... apostar tudo! Não foi a tempo e o Vitória sofreria nova derrota.
X – A Europa tornava-se mais complicada. Aliás, atendendo ao calendário por disputar, algo terá de mudar para os objectivos serem cumpridos. E esses passarão, obrigatoriamente, por um apuramento europeu, que há cinco jogos parecia um dado adquirido. Para isso, será necessário triunfar no próximo jogo, sobre o Sporting, num desafio difícil, mas em que os três pontos serão vitais para o cumprimento desses desígnios mínimos para os pergaminhos do Vitória.
XI – VIVA O VITÓRIA!
Vasco André Rodrigues