PRETO NO BRANCO #25
I – À bomba!
II – Não terá sido a melhor das exibições do Vitória. Longe de momentos exaltantes, com soluços, mas, mesmo assim, conducente a um triunfo tão justo quanto merecido, que lhe permitirá ir para a interrupção mundialista no pelotão da frente da Liga.
III – A apostar num onze com algumas alterações, fruto de opções e necessidades, em relação à partida da Taça de Portugal frente ao Vizela, Moreno apostou no tradicional 3-4-3 com as entradas de Tounkara (para o lugar do castigado Bamba), Dani Silva (por opção para o lugar de Tiago) e André Silva (por opção para o lugar de Anderson).
IV – Os primeiros minutos da partida seriam o espelho da primeira metade. O Vitória mostraria dificuldades, seria uma equipa trapalhona, sem chama e com dificuldades em impor o seu jogo. Pior haveria de ficar, quando André André teria de sair lesionado da partida. Estávamos com, apenas, 15 minutos de jogo e o maestro do jogo vitoriano tinha de ser substituído pelo, hoje, suplente, Tiago Silva.
V – O Vitória não melhoraria de modo automáticO. Verdade, que teria as melhores e únicas oportunidades da primeira metade da contenda, mas sem produzir entusiasmo, sem gerar fascínio nos quase 15000 adeptos que estiveram no D. Afonso Henriques.
VI – Assim, chegaríamos ao intervalo.
Fruto de Mikel ter-se ressentido da lesão que já o apoquentara na partida contra o Vizela, Moreno ver-se-ia na contingência de alterar o sistema táctico.
Faria entrar Janvier, recuaria os laterais para uma defesa a 4 e assumiria um 4-3-3, denotando a maleabilidade táctica com que Moreno tem dotado a equipa.
VII – Seria a jogar assim que o Vitória melhoraria. Janvier, apesar de alguma carência em termos de intensidade, tem uma qualidade de passe acima da média. Faz a bola girar com mestria. Vê soluções de passe onde outros, apenas, descortinam florestas de pernas. Torna tudo muito mais fluido e simples, tornando os processos da equipa mais leves.
VIII – Não obstante isso, a equipa viveria o seu melhor período, quando Moreno voltou a mexer a equipa, fazendo entrar em campo Anderson e Jota. Estávamos quase com 60 minutos e na antecâmara da obra prima de Tiago Silva. Um tiro do meio da rua, com uma colocação irrepreensível que deixou o vimaranense Miguel Silva pregado ao terreno. Um monumento ao futebol!
IX – Não obstante o golo, a partida haveria de continuar nessas bases por mais algum tempo. O Vitória mais perto do segundo tento, o Marítimo incapaz de atormentar Bruno Varela. Teriam, ainda, os Conquistadores possibilidades de matarem o jogo a título definitvo. Desperdiçariam, alguma vezes por inépcia, outras por infelicidade, para acabarem o jogo a sofrer.
X – Moreno diz que a equipa está em crescimento. Esse processo requer confiança nas próprias capacidades.
Ora, neste momento, a equipa ainda se assemelha à criança que aprende a andar. É capaz de o fazer mas sempre teme tropeçar no próximo passo. Por essa razão, explica-se com facilidade a dificuldade que tem em matar o jogo para deixar os vitorianos tranquilos. A confiança é o apanágio das grandes equipas e um dos maiores desafios de Janeiro em diante para o conjunto orientado por Moreno.
XI – Porém, 23 pontos nesta fase do campeonato é um pecúlio interessante e perfeitamente dentro das ambições europeias vitorianas.
Além disso, o aparecimento de jogadores como Bamba, Tounkara (um belo jogo, hoje), de Dani Silva (o melhor em campo na partida deste chuvoso Domingo) ou Nélson da Luz (hoje, lesionado) fazem-nos sentir que estamos no caminho certo e que a equipa B tem sido uma antecâmara de luxo neste caminho.
XII – Já que falamos em equipa B, confessamos estar preocupados. Mudou-se de treinador, mas os problemas permaneceram. Se Nuno Barbosa aparentava dificuldades em levar o bom porto, nada melhorou com Álvaro Madureira.
Urgirá perceber onde reside o problema de uma equipa que tem, obrigatoriamente, de arrepiar caminho. O estatuto do Vitória não se compadece com as tristes e desconexas exibições que a equipa tem realizado, e que o sucedido no passado Sábado foi um perfeito espelho.
XIII – Segue-se o Vilafranquense, em desafio a contar para a Taça da Liga. Uma prova que, cada vez mais, assume contornos surreais. Segundo parece, na cimeira de presidentes da passada Sexta-feira, foi proposto e aprovado que a prova passe a disputar-se no estrangeiro pelos primeiros quatro classificados da época anterior.
É inacreditável como a maioria dos presidentes votaram a favor desta medida, cerceando as possibilidades de triunfo dos próprios clubes que representam.
Será que não sabem que o primeiro vencedor da prova foi o Vitória FC?
Que o Moreirense venceu a competição?
Que clubes como o Gil Vicente, o Marítimo, o Rio Ave ou o Paços de Ferreira disputaram a final?
E, pasme-se... caso o vencedor do ano anterior a estas alterações não esteja entre os quatro primeiros classificados não poderá defender o ceptro conquistado.
Inexplicável!
XIII – Independentemente destas particularidades, o Vitória terá de entrar em campo para ganhar.
Atendendo ao sorteio e ao quadro posterior no “mata mata” poderão existir boas possibilidades de chegar ao desejado final-four onde tudo será possível.
Para isso, será necessária a existência de rigor e da união que tem caracterizado estes jogadores.
XIV – VIVA O VITÓRIA!