II – Perante uma imensa falange de apoio, o Vitória não terá feito uma exibição que merecerá elogios do ponto de vista técnico.
Contudo, a verdade é que num campeonato cada vez mais competitivo, o essencial é somar pontos, deixando-se a qualidade estética do espectáculo produzido para segundo plano. Foi isso que sucedeu no recinto do Castor...
III – A apresentar a mesma equipa que tão boa conta dera de si perante o Benfica, à excepção da entrada de Rúben Lameiras para o lugar de Jota Silva, o Vitória pareceu aturdido pela entrada agressiva do Paços de Ferreira que a precisar de pontos como de pão para a boca tudo fez para colocar em sentido o último reduto Conquistador.
IV – Todavia, as equipas que querem galgar posições na tabela fazem-se dessa capacidade de sacrifício, dessa imparável possibilidade de aguentar as dores... mas, também, de eficácia. Foi assim o Vitória, que, praticamente, na primeira vez que chegou à área contrária num lampejo individual de Nélson da Luz conseguiu fazer com que a bola beijasse as malhas da baliza defendia por Vekic.
V- Pensava-se que seria o passo determinante para um jogo tranquilo. Com o Paços de Ferreira em desespero pela já referida carência pontual, a intranquilidade que adveio desse momento só poderia jogar a favor do Vitória.
Puro engano! A equipa de César Peixoto continuou a pressionar alto, a tentar colocar bolas nas costas dos laterais vitorianos, principalmente pelo lado direito defensivo e Matchoi continuava a criar desequilíbrios.
VI – Seria nessa toada que André Amaro, ainda antes do intervalo, foi admoestado pela segunda vez com a cartolina amarela. Nuno Almeida, mais uma vez, como já sucedera em Braga, demonstrou não ter qualquer complacência pelo Vitória, conseguindo expulsar o jovem central com dois cartões em duas faltas!
VII -Adivinhava-se, por isso, uma segunda parte de muito sofrimento. Sê-lo-ia, também pela irregularidade e, até insegurança que Bruno Varela continua a manifestar nas redes. Porém, com todos os elementos a manterem-se unidos e concentrados, ia-se percebendo que aos poucos a equipa poderia conseguir levar os três pontos para a Cidade Berço.
VIII – A ajudar a tal realidade, o facto de os nervos (finalmente!) começarem a fazer efeitos nos espíritos pacenses. Assim, de uma situação de vantagem numérica, acabariam reduzidos a nove unidades o que permitiu que os últimos minutos para os vitorianos fossem mais tranquilos do que o que era perspectivado. Mas, refira-se que para esse descontrolo ter-se manifestado e sido evidente, mérito para a tranquilidade manifestada em todos os momentos por um Vitória que parece amadurecer a cada jogo...é que para vencer nem sempre se consegue com magia! Às vezes, a excelência encontra-se no pragmatismo.
IX – Segue-se, agora, o Canelas em desafio a contar para a Taça de Portugal. Ao Vitória, na freguesia de Vila Nova de Gaia, pede-se seriedade e o espírito que manifestou neste desafio. Será, provavelmente, um jogo em que o adversário tudo fará para ser tomba-gigantes, pelo que “cautelas e caldos de galinha” nunca serão demais. É que, além do espírito combativo que todas as equipas da Liga 3 demonstram, o clube gaiense já é muito mais do que aquele conjunto falado pelos piores motivos na comunicação social portuguesa.
X – Na noite anterior ao desafio realizou-se uma Assembleia-Geral do clube para aprovação do relatório e contas.
Apesar de todos perceberem que a situação é difícil, importará manter o rumo definido e preconizado para a situação ser revertida.
Haja firmeza de princípios e certeza do rumo a seguir para ser possível dar a volta a uma situação que, ainda, é melindrosa.