#17 Preto no Branco "Façamos por ter um futuro melhor"
Preto no Branco
Publicado em 23/09/2022

PRETO NO BRANCO #17

 
I – Façamos por ter um futuro melhor...
 
II – Tarde solarenga em Arouca para onde convergiram muitos vitorianos. No jogo antes da celebração do centenário do clube, os vitorianos foram o que sempre têm sido: fiéis, apaixonados e dotados de uma crença que durou até ao último segundo. Será esse o nosso maior património, mas deverá ser essa a motivação para se fazer mais e melhor!
 
III – Aliás, o futuro do clube está assegurado pelas bancadas. Meninos, meninas de tenra idade, junto dos seus, a cantar, a aplaudir, a sofrerem. Era assim nos primeiros registos fotográficos da nossa história, principalmente desde os anos 30, no mítico Benlhevai, é hoje em qualquer campo do país, será assim nos próximos 100 anos, certamente...
 
IV – Não obstante isso, o Vitória, apesar de todo o amor que lhe é votado, não terá tido a expressão desportiva que merecia. Uma Supertaça Cândido Oliveira, uma Taça de Portugal e algumas carreiras interessantes nas competições nacionais e europeias será indiscutivelmente pouco para quem é credor de tanta devoção.
 
V – Por isso, caber-nos-á reflectir. Não só este ano que pretendíamos que fosse brilhante, mas que, por várias razões que já eram previsíveis, teima em não descolar da mediana, como se comprovou ontem no empate arrancado a ferros em Arouca, com mais uma decisão de arbitragem discutível a cercear as hipóteses de êxito do Vitória.
 
VI – Caberá, pois, a todos os vitorianos lançarem as bases para que o futuro do clube seja mais feliz e tranquilo. Procurar a informação diariamente. Inquisitivos nas Assembleias-Gerais. Críticos de modo construtivo. Apresentar soluções. Promover espaços de debate. Lembrarmo-nos que o Vitória não é só 90 minutos ao fim de semana e que precisa de nós para enfrentar todos os desafios com que se depara.
 
VII – Ninguém duvide que os tempos são agrestes. Ninguém duvide que caminhamos numa situação que não desejávamos. Mas, que este tempo, sirva para lançar as bases de um futuro melhor. Um futuro em que a solidez financeira aliada a boas épocas desportivas seja a normalidade. Um futuro em que se possa aspirar ao que, em 100 anos, sempre se desejou...títulos nacionais!
 
VIII – Ontem, o jogo de Arouca foi o retrato da época. Mais querer que poder. Mais vontade do que engenho. Mais desejo do que engenho. No fundo, a sofreguidão da insegurança acerca das próprias capacidades, agravada pelo momento infeliz de Bruno Varela. Acontece aos melhores e Bruno tem-no sido desde que chegou ao Vitória. 
 
IX – Não se esperaria, porém, que depois desse infeliz momento e o Vitória ter conseguido empatar por Anderson, que sofresse novo golo. Um tento inventado por Mateus Quaresma, mas provocado pela apatia de uma equipa que foi incapaz de parar a arrancada do lateral/ala arouquense.
 
X – Valeria ao menos a atitude para arrancar o empate. À imagem do que o seu treinador fora como o jogador, a equipa cheia de alma, a tentar suprir a falta de engenho com entrega, haveria de chegar ao empate através de uma grande penalidade cometida pelo guardião do Arouca. Antes, o tal golo anulado a Jota Silva mereceu a discussão dos entendidos em arbitragem.
 
XI – Não foi o presente desejado em semana de centenário. Contudo, durante muitos momentos da nossa história, a paixão a este clube merecia outra recompensa.
Não era isso que queríamos.
Mas será isso que temos feito por merecer?
Neste momento, não pode haver um vitoriano que se demita do que os Conquistadores precisam. Não pode haver um que pense que o futuro se joga, apenas, em 90 minutos. Importa estar presente, questionar para perceber as decisões tomadas e não ter medo de apontar caminhos diversos. O Vitória sempre se fez da diversidade de opiniões e de sentimentos e será assim que deve caminhar. Lembrando que o que nos une é muito mais forte do que o que nos separa!
 
XII – VIVA O VITÓRIA, clube centenário. Que a Gala em que cantaremos os Parabéns ao nosso clube seja um êxito, com todos os vitorianos a festejarem o grande amor comum ao clube do Rei.
Que, consigamos dar um clube aos vindouros, que festejarão o bicentenário, projectado em Portugal e na Europa, sólido desportivamente mas, também, a nível financeiro.
Façamos por isso!
 
Vasco André Rodrigues
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