Numa entrevista com Ana Catarina Lima, presidente do ReFood Guimarães, exploramos o movimento que está a transformar a forma como encaramos o desperdício alimentar e a solidariedade na cidade. Originado em Lisboa pelas mãos de Hunter Halder, um americano que percebeu o potencial de conectar o excesso de alimentos de estabelecimentos comerciais ao lado necessitado da população, o movimento ganhou força e agora tem uma presença vibrante em Guimarães.
Começando em abril de 2016 com apenas três pessoas, o núcleo do Refood em Guimarães iniciou a sua jornada com um objetivo claro: reduzir o desperdício alimentar enquanto alimentava os mais necessitados da comunidade. No início, enfrentaram desafios significativos, especialmente em persuadir os estabelecimentos a admitirem que tinham excedentes alimentares. No entanto, com determinação e perseverança, o projeto ganhou ímpeto.
Inicialmente, focaram-se na recolha de pão e bolos de padarias e pastelarias locais. Com o tempo, expandiram para incluir restaurantes, embora tenham enfrentado obstáculos em garantir que a comida recolhida fosse adequada para consumo. No entanto, através de parcerias sólidas como a câmara municipal e a segurança social, conseguiram estabelecer uma rede de apoio eficaz.
O Refood opera em duas frentes principais: fornecendo refeições prontas para consumo direto e distribui cabazes de alimentos para famílias que preferem cozinhar. Esta abordagem versátil permite-lhes alcançar uma variedade de pessoas em diferentes situações de necessidade.
A pandemia revelou ainda mais a importância do trabalho do Refood, à medida que famílias que anteriormente estavam estáveis de repente enfrentaram dificuldades financeiras. A organização não apenas forneceu alimentação essencial, mas também apoiou a transição para a estabilidade económica, permitindo que muitos encontrassem emprego e até se tornassem voluntários.
Atualmente, o Refood Guimarães conta com cerca de 200 voluntários dedicados. Embora tenham sido bem-sucedidos em atrair jovens para a causa, há desafios em manter o seu envolvimento a longo prazo. No entanto, a comunidade continua a responder ao apelo de solidariedade, reconhecendo a importância vital do trabalho do Refood.
Pub