No ano em que a Associação de Futebol de Braga comemora o centenário, a sua prova-rainha chega à 55.ª edição. Há, portanto, histórias a contar sobre as 54 tiragens do passado. Interrompida nos últimos dois anos em consequência da pandemia, a Festa do Futebol Distrital regressa novamente ao relvado em 2022, no Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas. Pelo Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, palco que já recebeu a final no encerramento da época 2003/2004, vão passar hoje centenas de jogadores, dos mais novos aos mais graúdos, para fechar com a época com um troféu. As bancadas vão ser calcorreadas por milhares de adeptos, de todas as idades, para fazer do futebol distrital uma festa. Acordamos cedo e para fintar as horas de espera na antecâmara da final número 55, decidimos escrever Uma Breve História das 54 Edições da Taça AF Braga. Os números são estes: 55 edições – excluímos as edições interrompidas e inacabadas em consequência da pandemia – e 28 clubes vencedores de 12 municípios diferentes.

No futebol distrital, Guimarães volta a liderar o pelotão: 11 dos 54 troféus – que é o mesmo que dizer 20,4% – entregues desde 1963/1964 foram conquistados por emblemas vimaranenses. Há sete clubes responsáveis pelo feito. O Vitória SC foi o primeiro clube da cidade berço a inscrever o nome na lista dos vencedores. Mas foi o CC Taipas e o GD Serzedelo que mais contribuíram para a liderança vimaranense com três troféus cada. Os javalis foram campeões em 1981/1982, 2007/2008 e 2011/2012 e os canarinhos venceram as edições de 1994/1995, 1995/1996 e 2003/2004. O Brito SC (1996/1997), o CD Ponte (1998/1999), o GD União Torcatense (2002/2003) e o Pevidém SC (2018/2019) contribuíram, cada um, com um troféu para o município. O Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, palco da final de 2004, foi amuleto da sorte para os da casa: entre Merelinense FC e GD Serzedelo, foram os vimaranenses que alcançaram o desejado troféu no desempate por grandes penalidades.

À final de 1963/1964, a primeira, e à semelhança do que acontece também na presente edição de 2021/2022, chegou um clube vizelense. No entanto, há a assinalar que são emblemas diferentes: se em 1964 foi o agora primodivisionário Vizela FC a levantar a Taça AF Braga, hoje é o CCD Santa Eulália a lutar para escrever a mesma história. Com 28 vencedores distintos, sabemos que esse grupo não vai conhecer um novo integrante hoje: as duas equipas finalistas já foram campeãs no passado contam, entre si, três troféus. O Brito SC foi campeão em 1997 e o Santa Eulália venceu os troféus de 2007 e 2011 – curiosamente sempre a preceder triunfos dos vimaranenses do CC Taipas na competição, vencedores em 2008 e 2012. Mas não é em Guimarães nem em Vizela que se encontram os maiores vencedores da Taça AF Braga. É em Vila Verde e em Vieira do Minho. Vilaverdense e Vieira SC contam cinco troféus cada um. Os primeiros venceram em 1988/1989, 1990/1991, 1992/1993, 1997/1998 e 2009/2010. Os segundos sagraram-se campeões em 1969/1970, 1979/1980, 1982/1983, 2005/2006 e 2012/2013.

Com 11 troféus distribuídos por sete emblemas diferentes, Guimarães lidera o pelotão de municípios no que ao número de taças conquistadas diz respeito. É seguido pelos municípios de Braga (9), Vila Verde (6), Famalicão (5), Vieira do Minho (5), Barcelos (4), Vizela (3), Póvoa de Lanhoso (3), Viana do Castelo (2), Amares (2) e Cabeceiras de Basto (1). A última edição da Festa do Futebol Distrital realizou-se também no dia 10 de junho, mas de 2019, no Estádio Municipal de Fafe. Numa final 100% vimaranense, o Pevidém SC superiorizou-se ao Berço SC e sagrou-se, pela primeira vez na história, campeão da competição.

A final da 55.ª edição da Taça AF Braga está marcada para as 17 horas de hoje, dia 10 de junho, no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos, Guimarães. Com arbitragem de Marco Teixeira – auxiliado por Carlos Gonçalves e José Carvalho e com Pedro Bessa a assumir a função de quarto árbitro –, o Brito SC e o CCD Santa Eulália vão entrar em campo para repetir um feito do passado, mas só um vai ganhar o direito de levantar o troféu.