O cabeceamento de Vanessa Marques pode ser um pedaço da história
Desporto
Publicado em 13/04/2022

O cabeceamento indefensável de Vanessa Marques no Estádio Cidade de Barcelos, à passagem do minuto 26, contribuiu para o triunfo da seleção portuguesa sobre a Bulgária na última terça-feira e pode também ser um pedaço de história se, em setembro, a equipa lusa garantir o apuramento para a fase final do Campeonato do Mundo de 2023. A vimaranense pode ver o seu nome carimbado no caminho da primeira qualificação de sempre da seleção feminina portuguesa para um Mundial. No dia em que completou 26 anos de idade, a média deu selo de golo a um cruzamento de Ana Borges. Foi o décimo golo da futebolista em 81 jogos com a camisola das quinas.

Depois de uma derrota por 3-0 na Alemanha, as portuguesas regressaram a território nacional para aplicar o mesmo resultado à Bulgária, mas desta feita como vencedoras. As lusas dominaram a partida e o esférico fez tremer as redes da baliza à guarda de Roksana Shahanska em três ocasiões, todas na primeira metade do encontro. Diana Silva inaugurou o marcador quando se contavam 18 minutos de jogo na sequência de um livre batido por Andreia Jacinto. Depois de Vanessa Marques fazer o segundo, também de cabeça, Carole Costa fechou a contagem. Com 42 minutos de jogo, a jogadora benfiquista foi assistida por Andreia Jacinto e num remate de primeira fez o último da partida.

 

Como funciona o apuramento para o Campeonato do Mundo?

Portugal quer ser uma das 32 equipas presentes no Campeonato do Mundo de 2023. O torneio, que vai ser disputado nos territórios da Austrália e da Nova Zelândia, vai ocupar a agenda futebolística entre 20 de julho e 20 de agosto do próximo ano. As nações anfitriãs entraram diretamente na fase final. Das restantes 30 vagas, 27 vão ser distribuídas pelas confederações: cinco para a AFC; quatro para a CAF; quatro para a CONCACAF; três para a CONMEBOL; e 11 para a UEFA. As três vagas que sobram estão destinadas a um play-off entre confederações.

O formato da qualificação europeia, que vai selecionar 11 das 32 turmas presentes na fase final, divide-se em dois momentos. O primeiro, que começou a 13 de setembro de 2021 e culmina no próximo 6 de setembro, é o da fase de grupos da qualificação; o segundo momento, do play-off da UEFA, vai disputar-se entre os dias 3 e 11 de outubro. Na fase de grupos, as 51 seleções da confederação foram divididas em nove grupos: as equipas que se sagrarem vencedoras de grupo seguem diretamente para a fase final. Os segundos classificados têm de disputar um play-off: os três melhores segundos classificados avançam logo para a ronda 2 e os restantes seis disputam, entre si e a uma mão, a ronda 1. As seis equipas apuradas das duas rondas competem, então, num play-off a uma só mão. Daqui resultam, pois, três seleções vencedoras: as duas que alcançaram previamente melhores resultados na fase de grupos e na segunda ronda do play-off avançam para a fase final; a terceira equipa tem de competir no play-off entre confederações.

 

Como é que estão as contas do apuramento para as portuguesas?

Depois de oito jornadas de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2023, Portugal soma 16 pontos – fruto de cinco triunfos, um empate e duas derrotas – e ocupa o 3.º lugar do Grupo H (que disputa com Alemanha, Bulgária, Israel, Sérvia e Turquia). A Alemanha lidera o grupo com 21 pontos e a Sérvia, com 18 pontos, está em segundo. Esta ordem da classificação não serve a Portugal, mas ainda há seis pontos em discussão. Na próxima jornada, em setembro, as lusas vão jogar à Sérvia e depois, na última ronda, recebem a Turquia. A equação não é a mais fácil e tudo indica que vai ser preciso recorrer à calculadora até aos últimos instantes, mas o play-off está ao alcance: se Portugal vencer na Sérvia ascende ao segundo posto pois iguala as adversárias em pontos e tem vantagem no confronto direto uma vez que venceu por 2-1 no primeiro jogo. O empate a uma bola na Turquia foi uma surpresa para a selecção das quinas, logo na jornada inaugural, mas é uma selecção teoricamente acessível às lusas.

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