A matemática complica-se a cada jornada que passa. O Moreirense deparou-se com uma nova adversidade no Estádio Capital do Móvel, não somou nenhum ponto na 27.ª ronda da Liga Portugal bwin e continua mergulhado nos lugares de despromoção. Sobreviver à tona da linha de água parece cada vez mais difícil para os comandados de Sá Pinto a sete jornadas do último apito final da temporada. Antes de a formação se recolher para o estágio, podia ler-se um pedido nas tarjas que foram exibidas pelos adeptos nas imediações do Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas: “Não desistimos de vocês! Não desistam de nós”. O apoio, prometeram, vai ser “até ao fim”. Na antevisão, Ricardo Sá Pinto pediu "união" em resposta às "grandes adversidades". Muitos cónegos responderam e foram até Paços Ferreira. E viram que a equipa não desistiu: à vantagem construída pelos castores na primeira parte, Yan Matheus respondeu no início da segunda. No entanto, 20 minutos depois o marcador voltou à configuração que não interessava: 2-1 para os da casa. Nova adversidade num caminho que já estava difícil. A derrota de hoje compromete ainda mais os objetivos da manutenção.
A tarde estava cinzenta, mas o verde da esperança coloriu a tarde de futebol no Estádio Capital do Móvel. As duas equipas partiram da linha de partida com estados de espírito diferentes: o Paços de Ferreira descansado num lugar a meio da tabela e depois de um triunfo; e o Moreirense com o peso da classificação, posicionado num lugar cada vez mais definitivo depois de cinco jornadas sem vencer. No entanto, as duas formações mantiveram-se igualadas nos primeiros metros. Com quase meia hora nas pernas, foi o Paços de Ferreira que chegou ao golo, mas foi invalidado: Delgado, que cruzou para o golo de Nuno Santos, estava em posição irregular. Falso alarme. O Moreirense não conseguiu dar resposta e o marcador mexeu realmente aos 39 minutos de jogo: Butzke desviou para a baliza depois de um corte inacabado de Rosic. Quando Hélder Malheiro apitou para o intervalo, o Moreirense parecia perdido no encontro e já tinha visto os castores partirem para a meta.
A distância encurtou no início da segunda parte. O Moreirense entrou com os mesmos jogadores, mas parecia uma equipa diferente e dominou os primeiros minutos. Gonçalo Franco e Yan Matheus tentaram chegar ao empate logo no regresso, mas as primeiras tentativas saíram frustradas. No entanto, não foi por muito tempo e o último chegou ao empate. A combinação foi com André Luís, que deixou para o corredor central e, com potência e pontaria, Yan Matheus fez o golo. Manteve-se a superioridade até se repetir o filme da primeira parte: o Paços de Ferreira chegou ao golo aos 62’, mas uma falta sobre um jogador axadrezado foi motivo para Hélder Malheiro invalidar o tento. Foi o momento que mudou a segunda parte. Ainda que contra o sentido do jogo, o Paços de Ferreira voltou a correr mais e Uilton Silva, na recarga a um cabeceamento de Gaitán que bateu na trave, lançou os castores para a liderança aos 70 minutos. E, assim, o Paços de Ferreira chegou primeiro à meta.
A equipa da casa lançou-se para o 9.º lugar, agora com os mesmos 33 pontos do Marítimo, e o Moreirense fica numa posição cada vez mais delicada. Permanece na 17.ª posição com 20 pontos, mas viu a BSAD aproximar-se depois do empate nos Açores e assim somar 18 pontos. Tondela e Arouca, que se defrontaram nesta ronda, também empataram e deixaram o Arouca, com 23 pontos, no último lugar da manutenção e o Tondela, com 22, na posição de acesso ao playoff. O futebol de clubes regressa dentro de duas semanas. Depois da paragem para os compromissos da seleção, o Moreirense regressa a casa e aguarda-o um dérbi com o Vitória.
Fotografia: LUSA