Na capítulo 168 do livro que conta a história dos confrontos entre Vitória e Sporting constam páginas cheias de acontecimentos e ápices, com muitos protagonistas e pleno de drama. Não houve uma formação dominadora no clássico desta noite: conquistadores e leões disputaram os três pontos a um ritmo elevado e disputaram cada lance até ao último segundo e até ao último metro. O Vitória marcou primeiro, mas ao intervalo já se registava o empate. O Sporting voltou a marcar aos 70' e depois, já no tempo de compensação, Marcus Edwards, que despertou um coro de aplausos e de assobios quando foi lançado, selou o resultado: 1-3. A sequência de triunfos do Vitória foi, assim, interrompida.
As oportunidades dividiram-se nos minutos iniciais: se, por um lado, Rochinha levava perigo à baliza de Adán, por outro Sarabia dava resposta e obrigava Bruno Varela a prestar atenção. Com 23 minutos jogados, o nó desatou-se. Óscar Estupiñán, o suspeito do costume, lançou o Vitória para a vantagem e o espectáculo despertou o vulcão vitoriano. André Almeida tirou Nuno Santos do caminho e Estupiñán deixou Coates desorientado antes de disparar para o fundo das redes sportinguistas. Com o Vitória em vantagem, começaram a ser distribuídos cartões: amarelo para Jorge Fernandes, outro para Mumin e depois um vermelho para Pepa que, aos 28 minutos, foi para a bancada ver a partida. Minutos depois, mais um amarelo, desta vez para Tiago Silva. Minutos depois, Fábio Veríssimo assinalou penalti a favor do Sporting; Alfa desviou a bola com a mão. Sarabia foi exímio na execução e empatou o encontro antes de as equipas recolherem aos balneários.
O Vitória entrou ainda mais agressivo e pressionante na segunda metade. E o Sporting respondeu na mesma moeda. Aos 70 minutos de jogo, Paulinho - que já tinha obrigado Varela a fazer uma defesa extraordinária minutos antes - deu a cambalhota no marcador. Foi com classe - e com o calcanhar - que o leão chegou à vantagem pela primeira vez na partida. Foi depois do golo que se temeu nas bancadas do Estádio D. Afonso Henriques e nada teve que ver com o jogo: uma carga policial recaiu sobre os adeptos da bancada nascente e empurrou-os para uma corrida desenfreada que acabou com pelo menos uma jovem adepta a ser assistida pela equipa médica. A situação foi controlada e, minutos depois, o jogo foi retomado. Perto do apito final, Adán aplica-se na defesa, mas acerta em simultâneo em Jorge Fernandes. Pediu-se penalti, mas Fábio Veríssimo fez outra leitura do lance. Nélson da Luz entrou e iluminou a partida, mas não foi suficiente para mexer no marcador. Pelo contrário, Marcus Edwards entrou e fez o que sabe fazer melhor: com o pé direito marcou à antiga equipa. Não festejou, mas foi envolvido pelos colegas que, sabendo que a missão foi difícil, festejaram quando a viram cumprida.
Os comandados de Pepa foram competentes, mas o Sporting - sem ser avassalador - foi capaz de crescer quando o Vitória perdeu energia. Os conquistadores mantêm o 6.° lugar na classificação, mas esperam pelo desfecho da jornada. O Estoril-Praia está perto: os 34 pontos dos canarinhos podem ultrapassar os 36 do Vitória no final da jornada.