Nos primeiros minutos, o Vitória prometeu mais do que depois foi capaz de entregar. Entrou com vontade de mostrar uma face diferente, com as setas apontadas à baliza e com personalidade. Na primeira parte, pertenceram a Estupiñán as melhores oportunidades, mas bastou ao Benfica acelerar o ritmo para marcar e sair para os balneários a vencer por 2-0. No início dos segundos 45 minutos, o Benfica aumentou a vantagem. Nos minutos finais, um Vitória apático que nunca reagiu limitou-se a esperar pelo apito final. Com o resultado final de 3-0, os comandados de Pepa ficam no mesmo 6.° lugar, mas com o posto cada vez mais ameaçado.
O encontro da 24.ª jornada pode ser o retrato da época do Vitória: prometedor no início, mas sem rumo no que resta do tempo. Estupiñán ameaçou a baliza de Odysseas aos 7' e aos 14', mas o colombiano não teve a frieza necessária para concretizar as melhores oportunidades da primeira metade da partida. Depois os anfitriões imprimiram um ritmo mais acelerado ao jogo, embora sem perigo no início, e deixou o Vitória desconfortável. O jogo estava morno quando Gonçalo Ramos desatou o nó aos 23'. Gilberto cruzou desde o corredor direito e, com um remate de primeira, o português concretizou. Em vez de reagir, o Vitória caiu na apatia e aos 38' voltou a sofrer. Gilberto voltou a cruzar desde o corredor direito, mas desta vez foi Darwin Núñez, do segundo andar, a cabecear para o golo.
Se as coisas acabaram mal na primeira parte, não começaram melhor na segunda. Com cinco minutos jogados na segunda metade, Maga perdeu a bola para Gonçalo Ramos e, como medida de último recurso, recorreu à falta dentro da área. André Narciso esperou pela confirmação do VAR e, pouco depois, Darwin Núñez posicionou-se a 11 metros de Bruno Varela para a marcação de grande penalidade. Bola para um lado e guarda-redes para outro na concretização do 3-0, resultado final. Minutos depois, Gonçalo Ramos bisou, mas estava em posição irregular. O Vitória, que pareceu capaz de jogar com os olhos na baliza nos primeiros minutos, nunca mais acordou do sono em que depois mergulhou e foi sempre insuficiente para desafiar o domínio - ainda que quase a passo - do Benfica.
As entradas de Yaremchuk e de Quaresma, ainda que por motivos diferentes, despertaram um Estádio da Luz à espera do apito final. O ucraniano do Benfica despoletou demonstrações de solidariedade: recebeu a braçadeira de Vertonghen, foi merecedor do maior aplauso da noite e fez levantar as bandeiras da Ucrânia que se espalhavam pelas bancadas. Quaresma, pelo contrário, não teve um minuto de descanso: foi apupado e assobiado quando entrou e em todos os momentos em que tocou na bola. Os vitorianos, desta vez e como não é habitual, eram poucos. O grupo White Angels não compareceu na Luz em consequência de considerar "segregador" o pedido do Benfica quanto aos dados pessoais dos adeptos para a compra dos bilhetes.
Com a derrota de hoje - a terceira consecutiva e o 19.° jogo a sofrer golos -, o Vitória permanece no 6.° lugar, beneficia dos resultados insuficientes dos mais directos adversários, mas fica com o lugar cada vez mais ameaçado. Com 30 pontos somados, tem os mesmos do Estoril, apenas mais um do que Marítimo e Portimonense e mais três do que o Paços de Ferreira. No próximo domingo, os comandados de Pepa recebem o Famalicão. Os famalicenses estão no melhor momento de forma da época. Os últimos três jogos traduziram-se em três triunfos e em 26 pontos somados, apenas menos quatro do que o Vitória.
Foto: Global Imagens