O Candoso e "um bocadinho de história"
Desporto
Publicado em 24/02/2022

O Clube Recreativo de Candoso percorreu quase 600 quilómetros para chegar a Albufeira na tarde de ontem. Hoje, às 21 horas, os comandados de Henrique Passos vão entrar na quadra para disputar um jogo inédito na história daquela instituição quase quinquagenária. Pela primeira vez, o clube vimaranense vai jogar um encontro da Taça da Liga. É a sétima edição da competição e as seis do passado pertenceram, em números iguais, a Sporting CP e SL Benfica. A edição de 2022 começa hoje com os jogos dos quartos-de-final e prolonga-se até ao próximo domingo, dia 27. É em Loulé que se reúnem as oito equipas mais bem classificadas no final da primeira volta da Liga Placard. O CR Candoso, que cumpre apenas a terceira época no principal escalão, já se imiscuiu no seio dos maiores da modalidade em Portugal.

Sérgio Abreu, presidente da instituição, falou com a Rádio Inquieta desde Albufeira, pouco antes de seguir com a equipa para o pavilhão em Loulé, onde os pupilos de Henrique Passos vão entrar em campo para defrontar o Eléctrico. O confronto histórico deixa o favoritismo do lado da formação de Ponte de Sor: venceram quatro dos cinco confrontos e contam um empate. O CR Candoso ainda não conseguiu superar este adversário, mas esta noite – noite de estreia na Taça da Liga – pode traduzir-se também no primeiro triunfo sobre o Eléctrico. No entanto, apesar das dificuldades evidentes, há a crença de que é possível chegar às meias-finais: “estando aqui, depois de uma deslocação tão longa, queremos ganhar e quem não sabe se não será hoje que ganhamos depois de tantos jogos sem conseguir vencer ao Eléctrico”.

O presidente do Clube Recreativo de Candoso admite que estar na Taça da Liga é um bónus e que não estava nos objectivos do clube no início da temporada. No entanto, vê este marco como a confirmação do trabalho que a instituição tem desenvolvido na modalidade: “é o constatar do bom trabalho que temos feito, passo a passo, no nosso caminho, no nosso trilho”. Com os feitos que se acumularam nos últimos anos, a formação vimaranense quer continuar a associar o nome da cidade ao futsal na paisagem nacional. “Vamos trabalhando para que, dentro das nossas possibilidades, possamos pôr o Candoso e o nome do Candoso e de Guimarães no mais alto nível do futsal nacional e acho que o temos feito de uma forma digna, à nossa maneira”, afirma Sérgio Abreu.

Há uma mensagem que foi transmitida aos jogadores: “temos que aproveitar e desfrutar do momento sem muita pressão em cima”. No entanto, é inútil tentar dominar a ansiedade que acompanha todas as estreias e todos os momentos interessantes e, por isso, Sérgio Abreu nem sequer tenta fazê-lo. “Estamos ansiosos pela hora do jogo, mas conscientes de que somos capazes e vamos determinados a ganhar para continuar a fazer um bocadinho de história”. A história pode conhecer um novo capítulo amanhã. Se o CR Candoso vencer o jogo de hoje, frente ao Eléctrico, sabe que vai encontrar, na meia-final, o vencedor do encontro entre o Sporting e Quinta dos Lobos.

No entanto, nem tudo é perfeito e, no meio da ansiedade e da felicidade que são os invólucros da estreia, há a mágoa de estar longe dos adeptos que acompanham sempre a equipa. “Estamos motivados, contentes por estar aqui, mas tristes pela distância, se fosse a meio do país ou noutra zona mais perto provavelmente teríamos o pavilhão cheio”, diz Sérgio Abreu. E concluí: “não significa que o pavilhão não vá estar cheio de adeptos de futsal, talvez esteja, mas não estará cheio de adeptos do Candoso”. Tem sido por meio de mensagens e chamadas que todos têm marcado presença neste capítulo da história do clube: “está toda a gente a ligar, a apoiar, à espera de que façamos uma boa caminhada”. E é com intenção de honrar este apoio que os homens do CR Candoso, comandados por Henrique Passos, vão a jogo às 21 horas frente ao Eléctrico naquele que será um jogo que constará nas páginas históricas do clube vimaranense.

Foto: CR Candoso

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