Vitória sem ideias perde com lanterna-vermelha
Desporto
Publicado em 13/02/2022

Uma semana e um dia depois do dérbi do Minho que se jogou no Estádio D. Afonso Henriques, o Vitória voltou ao relvado para disputar mais uma jornada da Liga Portugal bwin. No entanto, não foi o mesmo Vitória da ronda 21 que pisou (o agora bem tratado) tapete verde do Estádio Nacional. Pepa foi obrigado a mudar três peças da engrenagem, mas as alterações forçadas não justificam a prestação acinzentada que culminou numa derrota pela margem mínima frente ao lanterna-vermelha da classificação.

Ao intervalo caía bem o empate às duas formações, que pouco se interessaram por desatar o nó no marcador durante os 45 minutos inaugurais. O maior motivo de interesse da primeira parte esteve mesmo fora do retângulo de jogo e, num estádio despido, foram os adeptos do Vitória que transformaram a bancada num palco e deram o espectáculo habitual. Dentro de campo ninguém correspondia aos cânticos das centenas de vitorianos que viajaram desde a cidade berço. Safira teve a melhor oportunidade do encontro à passagem da meia hora de jogo, mas a verdade é que nenhuma das equipas conseguiu criar perigo perto da baliza adversária. Foram 45 minutos de chuva intensa, sem história e sem acontecimentos e que não fez valer o preço do bilhete.

Foi quando a chuva parou que caiu o balde de água fria sobre os vitorianos. Num lance comum, a perda de bola de Borevkovic deu origem ao golo solitário de Safira. A bola que sobrou do croata acabou nos pés de Camara e chegou a Safira. A tabelinha com Carraça voltou a pôr-lhe a bola nos pés e, no corredor central, o jogador que tem nome de pedra preciosa disparou o esférico para atingir as redes de Bruno Varela. Estava feito o primeiro - e único - golo da partida.

Estar a perder com o lanterna-vermelha da tabela não causou particular impressão nos jogadores de Guimarães, que foram incapazes de produzir uma resposta enérgica. Pelo contrário, Pepa, no banco, estava insatisfeito. Tentou iluminar o jogo ao lançar Nélson da Luz. Depois lançou Quaresma, Hélder Sá e Luís Esteves. E ainda Herculano. Não foi suficiente. O jogo continuou a não ser um bom cartão de visita para o futebol português. De um lado, o Belenenses SAD agarrava-se aos três pontos de todas as formas que conseguia. Do outro, o Vitória continuava sem ideias, previsível e ausente. Pouco se jogou e as oportunidades de perigo foram escassas. Num estádio sem cor, o jogo da 22.ª jornada foi desinspirado e acinzentado.

Com o resultado final de 1-0, o Belenenses SAD regressou aos triunfos depois de cinco jornadas sem ganhar. Os comandados de Pepa voltaram a sofrer - é o 17.° jogo consecutivo a sofrer golos para a Liga Portugal bwin -, falharam o objectivo de somar dois triunfos consecutivos - objectivo que foge desde Dezembro, quando o Vitória venceu Paços de Ferreira e Tondela e alcançou a última série de dois triunfos consecutivos - e contam agora mais de dois meses sem vencer fora de portas.

Com as contas fechadas entre os dois clubes na edição 2021/2022 da Liga Portugal bwin, o Belenenses SAD deve 4 (dos 15) pontos que conquistou ao Vitória. A equipa de Franclim continua a ser última. O Vitória também ocupa o mesmo 6.° lugar no final da 22.ª jornada, mas agora com os mesmos 30 pontos do Estoril Praia. A combinação da derrota do Vitória em casa do lanterna-vermelha do campeonato com o triunfo do Gil Vicente em Vizela, também pela margem mínima, deixam o 5.° lugar a parecer uma miragem. O Vitória tem menos 7 pontos do que o emblema de Barcelos depois de apresentar uma das suas piores versões no Estádio Nacional.

Comentários