Vitória insuficiente para um Vizela trabalhador
Desporto
Publicado em 30/01/2022

Se transportamos a fábula de Esopo para a realidade da tarde de hoje em Vizela, o Vitória deu corpo à cigarra que não trabalha para acautelar o futuro e o Vizela foi a formiga trabalhadora que viu recompensados os seus esforços não no final do inverno, mas no final dos 90 minutos de uma tarde de sol de janeiro. Na ronda 20, o Vitória voltou a sofrer e regressou aos maus resultados depois de permitir a reviravolta no marcador na casa do vizinho FC Vizela. O último suspiro da formação de Pepa valeu um golo aos 83, mas não evitou a fatalidade.

Um estádio cheio e adeptos entusiasmados brindaram as formações vitoriana e vizelense com ambiente de jogo grande ao início da tarde deste domingo. E os jogadores corresponderam, pelo menos nos minutos iniciais. Os anfitriões quiserem mostrar aos forasteiros quem estava a jogar em casa e Aidara foi o primeiro a ameaçar desatar o nó, mas o ferro opôs-se. O sentido do jogo começou a mudar com 20 minutos jogados. Primeiro foi Tiago Silva de livre, depois foi Rochinha de canto. Nada parecia ferir uma baliza enfeitiçada. Tinha de ser um golpe de magia. E chegou aos 22': Rochinha respondeu com um acrobático - e bonito - pontapé de biciclita à cobrança do pontapé de canto. Com o sol a esconder-se, a preguiça instalou-se na equipa vitoriana. E os vizelenses aproveitaram o momento em que João Ferreira deixou escapar Kiko Bondoso. Mumin travou o ímpeto, mas Guzzo, que já tinha começado a jogada, encostou para o golo do empate na recarga. Ao intervalo estava tudo em aberto para a segunda metade.

O Vitória entrou na segunda metade do jogo com a mesma falta de energia com que terminou a primeira. E, por isso, os comandados de Pepa não podiam esperar outro resultado quando aplicaram a mesma fórmula. E o Vitória voltou a sofrer. Cassiano desferiu o golpe ao completar, na recarga, o remate de Guzzo, inicialmente defendido por Trmal. A reviravolta estava consumada, mas os caseiros ainda não estavam satisfeitos.

O jogo começou a ganhar outros contornos quando Aidara fez o 3-1 no coração da área. Os dois golos despertaram Pepa, que lançou um par de jogadores depois de cada golo sofrido na segunda parte. Bruno Duarte e Marcus Edwards foram lançados com 5 minutos de intervalo - o espaço temporal que separou os dois golos do Vizela - e construíram o último golo da partida. O cruzamento teleguiado do inglês no corredor direito aos 83' encontrou a cabeça do brasileiro e a bola só parou no fundo das redes guardadas por Pedro Silva. O Vitória ameaçou reentrar na discussão da partida, mas já não houve perigo nem alterações no marcador até ao apito final.

Com a derrota por 3-2 frente aos vizinhos, a formação de Pepa volta a atrasar-se na corrida pelos lugares europeus. O Vitória, que não amealhou pontos depois de os ter na mão, cedeu mais três e viu a equipa que mais trabalhou - a formiga - dar a volta ao resultado e vencer. Na tabela, o Vitória mantém o 6.° lugar com 27 pontos, mas a jornada ainda tem as contas em aberto. No próximo sábado, os conquistadores regressam a casa para o dérbi minhoto frente ao SC Braga.

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