Ao final da tarde de hoje, Neno promoveu, tal como tantas vezes fez em vida, uma reunião de vitorianos junto do Estádio D. Afonso Henriques. No dia que seria de comemoração do seu 60.º aniversário, amigos, colegas e admiradores acorreram ao mural que agora eterniza o sorriso do antigo atleta para prestar mais uma homenagem com histórias, palavras e aplausos de quem o conhecia e acarinhava. Promovida pelo Vitória SC e pela Comissão do Centenário, a cerimónia contou com muitas personalidades do universo desportivo.
Como não podia deixar de ser, o momento começou e acabou com música, uma das paixões de Neno. Zé Miguel cantou para que o amigo ouvisse ainda antes de ser revelado o sorriso do antigo guarda-redes gravado para sempre na parede do estádio. Seguiram-se depois as palavras emocionadas de quem conheceu bem uma das figuras mais emblemáticas do Vitória, de Guimarães e, no fundo, do desporto português.
Miguel Pinto Lisboa, presidente do clube vitoriano, foi o primeiro a subir ao palco para dizer que a ausência de Neno é “um vazio impossível de preencher” e que “nada substitui” a sua presença carismática. Simone Barros, esposa do antigo guarda-redes, estava visivelmente emocionada quando recordou “o sorriso que abraça a cidade de Guimarães” e que agora “ficará para sempre” gravado. Rochinha, o capitão vitoriano, recordou a importância de Neno na sua vida, alguém que “era muito mais do que o grande sorriso que o caracterizava”.
Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, e Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, também tomaram a palavra em jeito de homenagem. O primeiro lembrou que a primeira chamada que recebeu quando assumiu o cargo que agora ocupa foi do representante vitoriano, sempre munido de palavras encorajadoras. O segundo enfatizou o comportamento “exemplar” de desportista e “o homem bom” que foi Neno. “O Neno deu um contributo enorme, de uma dimensão enorme, a este Vitória”, concluiu o dirigente.
Ao momento de homenagem não faltaram também os vitorianos que nunca se cansam de prestar homenagem a alguém que tanto lhes deu em 59 anos de vida. Miúdos e graúdos aplaudiram com olhos emocionados o último sorriso de Neno, aquele que fica gravado nas paredes do estádio que foi a sua casa, na cidade que foi a sua casa, a abraçar Guimarães da mesma forma que Guimarães sempre o abraçou.
Foto: Rádio Inquieta