A história do jogo que não foi adiado
Desporto
Publicado em 22/01/2022

Raquel F. Veiga

O jogo entre as equipas femininas sub-19 do Länk Vilaverdense e do Vitória SC, agendado para as 15h00 de hoje, dia 22 de Janeiro, não era jogo para causar celeuma. Afinal, as equipas já entraram em campo para se defrontar – na primeira volta, as vitorianas venceram por 3-0 – e têm pisado o relvado todas as rondas para encontrar as equipas da Série A do Campeonato Nacional Sub-19. No entanto, a recusa do clube de Vila Verde ao pedido de adiamento do Vitória está a deixar Bernardino Pedroto, diretor da secção de futebol feminino do clube, “desesperançado em relação à condição humana”. A Rádio Inquieta esteve à conversa com o dirigente vitoriano.

Inicialmente o pedido de adiamento foi dirigido à Federação Portuguesa de Futebol, entidade responsável pela competição, mas o pedido não preenchia os critérios regulamentados para o adiamento: “a Federação diz-nos que nós temos 27 jogadoras aptas para fazer este jogo; está regulamentado que podemos utilizar atletas que façam parte dos escalões sub-15 e sub-17 para representar a equipa sub-19 e só se estiverem infetadas 51% destas 27 jogadoras é que teríamos razão para adiar”.

No entanto, explica Bernardino Pedroto, as coisas são mais complicadas na realidade do que nas palavras escritas nos regulamentos. É que, para além de estas jogadoras não treinarem com a equipa sub-19, “para algumas atletas sub-15 era necessário recorrer a uma avaliação médica para avançarem dois escalões”. Para o antigo jogador, esta é uma “realidade falsa” e lamenta que num contexto extraordinário se esteja a “cumprir com o máximo rigor os regulamentos”.

A resposta do Länk Vilaverdense não foi em sentido diferente: “gostaríamos realmente de expressar o nosso lamento pelo facto de uma ou duas pessoas terem tomado a liberdade de responder pelo Länk Vilaverdense e não aceitarem o nosso pedido”. Ainda assim, o dirigente reforçou mais do que uma vez que não há qualquer hostilidade para com a instituição e que lamenta, isso sim, a atitude de quem tomou as decisões: “nós não queremos, de forma nenhuma, que fique aqui alguma perspetiva de criar animosidade com o Länk Vilaverdese, nem me parece de todo lógico irmos por esse caminho”.

O número de jogadoras infetadas do plantel vitoriano de sub-19 ronda a dezena. A treinadora Joana Costa também está em isolamento depois de ter testado positivo para a covid-19. De acordo com Bernardino Pedroto, as atletas “ficaram chocadas e não entendem como é que é possível, perante um quadro destes, irem a jogo”, mas é isso que vão fazer, mesmo sem terem treinado nos últimos dias. “Pelo pedido que foi feito por nós, dirigentes, e pelos próprios treinadores, elas vão a jogo mesmo perante estas circunstâncias porque nós temos a obrigação de representar o nosso clube da melhor forma possível”, disse o responsável pela secção.

Antes de concluir, o dirigente reforçou que “no desporto não vale tudo para vencer” e voltou a enfatizar que esta deslocação até Vila Verde vai ser feita com a intenção de representar a instituição vimaranense da melhor forma possível: “nós vamos a jogo, hoje estaremos presentes; vamos com as nossas limitações, bastantes limitações, mas vamos estar presentes e tenho a certeza absoluta de que as nossas atletas irão mais uma vez representar o nosso Vitória Sport Clube da melhor maneira possível, de acordo com as suas dificuldades em fazer o seu jogo porque também não treinaram durante este período”. O jogo – único da jornada 7 que se disputa este mês – vai mesmo acontecer às 15h00 de hoje, Sábado, no Estádio Municipal de Vila Verde.

 

Foto: Vitória SC

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